Cada um tem dentro de nós...algo muito mais importante do que nós mesmos...


o seu DOM! :D

domingo, 24 de janeiro de 2010

Dedicado à minha Estrela :P


Há pessoas e pessoas…



Há pessoas que vivem em profundo adormecimento…e quando chega a hora de partirem, partem! E partem vazios…ocos…sem uma história de vida física e espiritual. Vivem e sofrem de um síndroma chamado “normose”!



Depois há pessoas que vivem ligadas através de um canal invisível ao Universo. Um canal que se divide em muitos outros. Interliga diferentes partes do corpo físico e do corpo espiritual.



Mantêm-nos em sintonia com as pessoas, o meio envolvente, o mundo!



É viver…estimulando o amor, a luz, a alegria, a felicidade, o bem-estar, a tranquilidade, a serenidade, a afabilidade, a harmonia aos seres que se cruzam connosco.



E é aí que tudo acontece…que entra a lei da atracção!



…do permanecer nesta vida deslizando, rodopiando, sorrindo, gargalhando por todos os locais por onde passamos e transmitindo isso a todos os seres que nos cercam, quer sejam iluminados ou adormecidos!



E surgem situações…que nos elevam ao pico da felicidade!



E surgem sensações que não se conseguem definir!



E surgem pessoas iluminadas que como por magia as reconhecemos à distância!



E sem percebermos porquê…encontramo-las sempre casualmente em apeadeiros que vão surgindo no nosso caminho.



Estes apeadeiros…são apeadeiros construídos com o poder da mente, do espírito…com o poder do amor!



Do amor puro, límpido e transparente!



Com o tempo…as lembranças surgem no nosso “motor de busca” imaginário.



E é tudo tão surreal! Tão transcendental!



No fundo, é como que um complemento de uma forma quase “cósmica”!



É tudo tão…tão…tão…sei lá!



Inexplicável? Será?



É perfeitamente explicável! Tudo o que nos envolve é assente sempre numa explicação óbvia!



…e abstraio-me deste mundo físico e vivo tudo de uma forma “brutalíssima”!



Tento encontrar respostas para algumas situações que me inquietam…



E subo degrau, a degrau…
´
É uma cabana…numa árvore! A floresta cerca-me! Só avisto folhas, árvoredos! Os barulhos e os sons provenientes daquele espaço colocam-me em sintonia com a energia do Universo. Sinto a energia a aflorar o meu corpo, a minha aura.



E como por magia…toda a floresta…está iluminada! A energia das árvores, dos animais, do rio que passa ali bem perto, mantém-me quente, aconchegada, confortável.



Um esquilo aproxima-se! Um elefante! Uma girafa! Um búfalo! Um gorila! Imensas espécies de pássaros aproximam-se, poisam na Natureza existente, e eu vibro cada vez mais!



Aqui, aqui, aqui…aqui sei que ninguém sofre de “normose”!



É um mundo onde não existem sindromas! É um mundo mágico!



E … de repente…avisto alguém ao fundo. O aspecto de alguém nómada surpreende-me! É alguém que “trabalha” com a energia do mundo.



Descubro isso num olhar… num olhar que me prende, que me fascina!



Contemplar e perceber todo este cenário é êxtase, é comunhão, é contentamento…é alegria, é muita LUZ!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A mente humana! :P



A mente humana,


É algo grandioso, majestoso!!


Quando entramos no estado Alfa e Ómega...conseguimos resultados surpreendentes!


Ontem, inconscientemente entrei nesse estado, e embarquei numa viagem repleta de surrealidades! Inicialmente era uma casa, pediam que entrássemos em vários compartimentos, nas várias divisões e que tentássemos arrumar e alterar cada elemento que estivesse na posição menos correcta.


Não por rebeldia, ou por ser de outra opinião, sei que rapidamente fugi daquelas arrumações que insistiam que eu fizesse!


Entrei na casa, lembro-me dessa imagem! Não tinha mala ou sacos para deixar no Hall de entrada...


Corri desesperadamente para a porta,


Atravessei um jardim bem arranjado e quase que consegui sentir o cheiro das flores que invadiam aquele lugar,


Nem bati à porta,


A porta abriu-se e tu...soltas-te um sorriso e abraçaste-me!


O mundo parou...o tempo e os relógios a nível mundial e universal pararam,


Entrei...era uma sala humilde, porém muito acolhedora...observei uma criança com um olhar receoso e inseguro. Entrei na porta onde ele se encontrava, era o seu quarto...a mobília era em tons de azul, um azul velho, já gasto pelo tempo!


Instintivamente, olhei com um olhar atento para aquele espaço. Achei piada ao edredon, era colorido, verde e azul e o padrão eram bolas de futebol que pareciam aos poucos ganhar movimento.


Peguei-te ao colo...coloquei-te sobre os meus braços e agarrei-te nas mãos...


O ser que estava contigo, acompanhou-me...


Alguém me disse que precisavas de lápis coloridos, livros escolares, de borrachas, afias e material escolar.


Saímos os três de casa...


O jardim tinha-se evaporado!


As ervas daninhas cresciam e incomodavam o nosso percurso, e eu mantinha-te nos meus braços e tu sorrias,


O ser que estava contigo continuava ao meu lado,


Percorremos juntos aquele caminho difícil e ao fundo da montanha, não hesitámos quando juntos avistámos um rio,


Conjuntamente...atravessámos aquele leito juntos e com o poder do amor, sorrimos já do outro lado!


Tínhamos conseguido! Era uma vitória, um marco importante! Os nossos olhos cruzavam-se e eu conseguia ouvir o eco da tua gargalhada!


Ao longe, avistámos um castelo! Era lá que estava o que buscávamos para aquela criança inocente e de coração tão belo!


Não me lembro de entrar...de me concederem todo o material que ambos necessitávamos! Recordo-me de regressar a casa e de perceber que aquela criança já sonhava envolta num sono profundo.


Tu, estavas ali...olhavas-me intensamente! E eu...recostei-me no sofá! Acompanhaste a mesma nota musical e debruçaste-te sobre mim! A tua barba e os teus longos cabelos...sentia-os no meu corpo e subitamente sinto as minhas mãos a entrelaçarem-se em cada fio dos teus cabelos.


Acariciei-te de uma forma tão profunda, tão dedicada e tão intensa que não conseguia parar de o fazer...


Sei que mais uma vez...tudo à minha volta parou! Estagnou!


A tua LUZ...


O teu SER...


Continuo a não saber quem és! Continuo perdida à procura de uma explicação, de algo que ache coerente para perceber todas as sensações que afloram o meu corpo quando estás por perto...


Física ou Espiritualmente...


Será ilusão?


Será fascinio?


Será simples admiração?


Consigo-te por lá em cima, ao pé das estrelas, da lua, do sol, do Universo...


Ao pé da energia cósmica Universal!!!


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Restelo!!!


Um corredor coberto de almas…

Um espaço banal!

Uma mulher de cabelo grisalho, de um olho azul majestoso!

Interpelei-a e não mais consegui deixar de fixar os meus olhos naquela luz que a iluminava!

Falou-me do Restelo, de uma tenda que alguém possuía!

Falou-me da montanha de pessoas que ousavam pronunciar o nome de alguém!

Ouvi-a de uma forma dedicada, atenta, apaixonada! Olhei-a de uma forma penetrante, tentando entrar no mundo dela.

Num mundo de 85 anos!

Num habitat muito especial, coberto de pétalas, de flores, de balões de ar quente. De árvores que com as palavras conseguia contornar!

Perdi-me no tempo, no espaço, no lugar. Voei de mãos dadas com ela rumo ao mundo que ela insistia em me levar!

Viajámos…

Não regressámos porque ela teve inevitavelmente de abandonar aquele local.

Conheço-lhe o nome, o rosto, a pureza, a luz. Nem que vivesse 1000 anos reconhecia-a na imensidão de uma multidão!

“Estávamos no palco…tudo à nossa volta é plateia…, multidão”. – disse-me.

Permaneci apática…e sorri-lhe!

É na magia dos momentos que encontramos sorrisos titânicos, alegrias puras e olhares que cegam!

Descobertas!





Num destes dias à noite, enquanto efectuava um hábito rotineiro, fiz uma descoberta!

Descobri dois mundos: um consciente, outro inconsciente.

O consciente mantinha uma relação estritamente física, porém no inconsciente, prevalecia uma relação espiritual.

O mais estranho dos sentimentos, a mais estranha das sensações.

Tal como a evolução do formato do Planeta Terra : durante milhares de anos, a humanidade pensou que a terra fosse plana, anos depois cientistas provaram que a terra era quadrada e após isso provaram que ela era redonda!

Até ao momento não se conhecem praticamente nenhumas teorias que exemplifiquem o contrário, no entanto há cientistas que desenvolvem a teoria de que a Terra é oca.

Não há estudos que comprovam esta teoria, no entanto…dizem que a verdade passa sempre por três estágios: é ridicularizada, é discutida e por fim é aceite.

Talvez no futuro se oiça falar nesta teoria, e com todos os estudos elaborados se chegue a esta conclusão.

Mas não pretendo falar do formato do planeta Terra. Tenho a minha teoria formada e isso basta-me!

Pretendo enfatizar que por vezes demoramos anos a efectuar descobertas por mais mínimas que possam parecer.

Esta minha descoberta, não possui três fases…possui apenas uma fase, e diz respeito à última: a aceitação.

Não pretendo ridicularizar, discuti-la com ninguém. Dignei-me a aceitá-la, porque me pareceu bela e grandiosa aos meus olhos.

É uma descoberta que me transcende. Que me assusta no bom sentido da palavra. É a evolução a fervilhar!

Confrontei-as frente a frente…os sorrisos não paravam de suceder…as palavras voavam no céu escuro, iluminado pela lua, e acabavam sempre por regressar àquele lugar!

Esta descoberta de que falo, deixa-me detentora de uma alegria infantil…de uma alegria pura, de uma alegria semelhante àquela que aflora as crianças numa tarefa nova, na descoberta de um mundo novo, talvez nas primeiras pedaladas que conseguem dar num triciclo ou até numa bicicleta.

Tal como elas…a novidade faz-lhes perder o medo de cair e de se magoarem! E incessantemente continuam a dar as primeiras pedaladas sem receio ou pudor.

Inconscientemente, e com o tempo descobrem o equilíbrio, a forma mais segura de curvar…de contornar um obstáculo…e até de “sacar” um “cavalinho”.

É aí que se chega ao culminar. Onde nada parece estranho, onde nada nos assusta, onde já nada importa.

A descoberta dá-se…

A descoberta acontece…

E eu sorrio…junto os dois mundos que acabo de descobrir…e lado a lado…sonhamos, gargalhamos, sorrimos, dançamos e cantamos!

Soltam-se lágrimas de felicidade pela descoberta…pela descoberta que reflecte a evolução, a compilação de evidências que não param de crescer!

SER FELIZ!!!! :)


(...)




Para quê, viver mediante o padrão imposto pela sociedade?

Estudar, tirar uma licenciatura, arranjar um bom trabalho, depois comprar um bom carro e o mais importante um namorado cheio "da papel" e com uma licenciatura também!

Depois o que é normal, casar, porque todas as nossas amigas já casaram...e depois ter um filho só porque fica bem, e até já estamos a ficar velhotas! Mesmo que a nossa relação matrimonial esteja em decadência... (talvez com um filho isto vá ao sitio)!

Onde está a felicidade?
Não digo que não esteja em tirar um licenciatura...se isso nos faz felizes...se isso nos realiza!

Não digo que não esteja em todos estes aspectos que há pouco frisei...

Digo apenas que há por aí quem "finga" ser feliz...quem sorria "cinicamente", quem ame por amar…

E as relações? A sensação que tenho é que existem mil e uma pessoas que se apaixonam por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque os colegas estão mesmo ali ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama (ainda que nunca tenham descoberto o que é fazer amor). Por causa das cuecas e das contas da lavandaria.

O amor tornou-se numa variante psico-socio-bio-ecologica de camaradagem. A paixão que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem, ficam “praticamente” apaixonadas.

Eu quero fazer um elogio ao amor puro, ao amor cego, ao amor estúpido, ao amor doente, ao amor verdadeiro.

…e a FELICIDADE??

É um estado que se sente, é a nossa alma. A nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não se sabe, do que não se apanha, do que não se larga, do que não se compreende.

A Felicidade é uma verdade!

Uma verdade absoluta de quem consegue viver fora dos padrões impostos, de quem consegue ser feliz mesmo a cozer pão durante o dia, mesmo sendo um simples pescador ou até um simples pastor. Mesmo sem ter um carro novo, com vidros eléctricos, direcção assistida, ar condicionado e tecto de abrir!

Ser feliz…é sorrir quando o carro nos deixa a pé…

Ser feliz…é sorrir quando o pão que confeccionámos durante uma noite inteira consegue chegar a casa das pessoas e saciar a fome de todos.

Ser feliz…é apanhar umas quantas sardinhas e sorrir espontaneamente porque não viemos de “mãos a abanar”.

Ser feliz…é olhar a nossa volta e sentir que nasceram mais borregos no nosso rebanho!

Ser feliz…é rirmo-nos de nós próprios!

Ser feliz…é soltar gargalhadas e não perceber quando é que elas irão deixar de se ouvir!

Ser feliz…é receber um telefonema inesperado!

Ser feliz…é um olhar especial!

Ser feliz…é tomar banhos de mangueira com o pessoal!

Ser feliz…é rir tanto até as buxexas ficarem a doer!

Ser feliz…é cantar!

Ser feliz…é ter uma óptima conversa!

Ser feliz…é comer bolachas integrais e beber leite em cima da minha cama!

Ser feliz…é passar a tarde inteira na cabeleireiro!

Ser feliz…é sonhar!

Ser feliz…é construir momentos, idealizar situações!

Ser feliz…é um simples sorriso!

Ser feliz…é chorar agarradinha a ti!

Ser feliz…é tudo isto e muito mais!

A vida é uma coisa!

Mas ser FELIZ…é outra coisa…completamente distinta!

Batalha "Sangrenta"


“Ao longe, observo uma batalha sangrenta. Dois exércitos. Dois batalhões. Soldados, muitos soldados. Perdem-se nos corpos uns dos outros. Uns caem por terra, outros fogem e desistem da batalha. Outros ainda correm, correm e nunca desistem. Escondo-me atrás de um ramo de uma árvore que não consigo identificar. Nunca a vi anteriormente. Permaneço quieta, sossegada, no entanto estupefacta.

O batalhão aproxima-se para o meu lado. Não sinto medo, pavor ou qualquer tipo de receio.

Com a aproximação percebo tratar-se de uma “rara” batalha. Nunca antes vira nada semelhante.

Existem dois batalhões distintos. Um deles parece aos meus olhos completamente normal. Relembra aqueles filmes antigos, onde o capacete, a espada, o escudo estão presentes. Lutam, defendem-se. Andam a cavalo. Cavalos brancos na maioria. Cavalgam e tentam ganhar a batalha. Fintam o outro batalhão. Conseguem derrubar com facilidade, porém por vezes os cavalos tropeçam e acabam por cair.

O outro batalhão é estranho. Vestem vestes brancas, são na maioria homens fortes, bonitos, com corpo musculado e bem definido. Não possuem armas: capacete, escudo ou espada. Não possuem nada. É o espírito, a alma que os move. Lutam com as próprias mãos. Não sangram, não sofrem ferimentos externos.

Estupefacta, inquieto-me. É algo magnífico. Nunca antes observei tal legião. Quem são estes homens? Que espécies de pessoas são estas que não são atingidos pelas espadas? Parece que perfuram o corpo, no entanto, aquando a retirada da espada pelos outros soldados, parece-me um jogo de ficção. Dá a sensação de serem feitos de um material resistente, duradouro. Talvez borracha, não sei.

Movimento-me…saio do sítio onde me encontro e procuro um sítio mais estratégico para poder observar tudo de mais perto. Preciso de ver, de perceber, de matar a curiosidade que neste momento me mata.

Percorro a floresta onde me encontro. É numa colina. Eles estão lá ao fundo na planície. É uma planície enorme. Está repleta de soldados. Quase não se vê o verde do chão.

Oiço o barulho das folhas a cada passo meu…Corro e o som dessas folhas entra-me agora pelos ouvidos. É mais intenso. É a minha procura. O som que oiço é uma dessas provas.

De repente, páro! Encontro um espaço confortável que me permite observar tudo de uma forma mais próxima.

Olho fixamente para todo aquele cenário. Que tipo de batalha é esta? Será que lutam por um estado, por um território, por um campo de trigo, por uma colheita de alimentos? Não sei! É um batalhão estranho. Não falam. Não gritam. Não desesperam. Ouve-se apenas o barulho do batalhão que está devidamente equipado com “armamento”.

A estranheza entranha-se em mim. Enxergo os olhos, belisco-me…será que tudo isto é real? Mas, sinto dor, após o beliscamento.

É real. Pálpavel. Enxergável.

Dou um salto! Alguém me toca. Um soldado! Assusto-me e tento fugir…tremo, tremo muito. Ele agarra-me! E eu…com todas as minhas forças tento retirar a mão deles dos meus braços. Não consigo. Sinto um medo aterrador. O meu coração estremece induzindo o meu corpo a tremer agora ao mesmo compasso.

-Não tenha medo! – Exclamou-me.
-Eu estava mesmo de saída. Vim á procura de uns frutos silvestres que costumam existir nesta colina. – Desculpo-me numa voz trémula.
-Não tem que se desculpar. Pode ficar, se quiseres. É uma batalha silenciosa. – Disse-me.
-Já percebi. – Respondi-lhe agora mais calma.

A sua veste branca. O seu olhar meigo e sincero, o timbre da sua voz, o calor da mão dele transmitiu-me paz, segurança, coragem. Perdi instantaneamente o medo. Inexplicavelmente estou serena. Olho-o nos olhos e consigo sentir-me segura.

-Estás mais calma? – Perguntou-me.

-Sim, muito mais calma. – Retorqui. – Mas do que se…

-Não precisas de perguntar. Sei o que te inquieta. É uma batalha sem palavras, sem gritos, sem confusão externa, não é?

-Sim, e tu? Os teus amigos não sangram aquando atingidos pelas espadas? Nunca vi nada igual. – Desabafei.

-É verdade. É uma batalha que existe em milhões de sítios no mundo. Poucas foram as pessoas que a viram. – Disse-me.

-Explica-me! Lutam pelo quê? – Perguntei-lhe.

-É o amor e a razão. – Respondeu-me.

-O amor e a razão? O amor de amar e a razão de pensar? – Questionei-o.

-Sim! Eu, nós os das vestes brancas somos o batalhão do amor. Eles, os armados, com espada e capacete são o batalhão da razão.

-O amor e a razão também lutam? Pensava que nunca se envolviam neste tipo de confrontos. – Disse-lhe.

-Enganaste! Esta planície, e quase todas as que existem no mundo estão cheias deste tipo de soldados. Lutam dia-a-dia, incessantemente.

-E nunca param de lutar? – Disse-lhe com um ar de tamanha admiração.

-Sim, param quando encontram respostas nos nossos olhares. Eles surpreendem-se com os nossos poderes surreais de não sangrarmos, de não trazermos nada, senão o coração. Revoltam-se connosco. Irritam-se constantemente. Mas, nunca nos questionaram em batalha nenhuma.

-A sério? E por norma, quem saí vencedor? – Perguntei.

-Por norma somos sempre nós. – Sorriu-me de orgulho.

-Mas como? - Perguntei. – É impossível, vocês não possuem qualquer tipo de defesas.

- Hummm, pareces-me demasiado lógica. Nem sempre tudo segue o mesmo “percurso” ou acaba da mesma forma. Na verdade, eles caem por terra de tanto cansaço. Transpiram e acabam por ficar desidratados, descompensados, pálidos.

-Mas porquê? – Perguntei.

-Porque o amor é o vector do mundo. O amor quando é verdadeiro luta silenciosamente contra todo o tipo de armamento que eles possam trazer com eles. O amor conquista tudo à sua volta. O amor, o amor, o amor…o amor é algo maravilhoso, minha amiga. – Disse-me sorrindo-me!

Esbocei um sorriso. Apertei-lhe a mão e senti a sua vibração. Os formigueiros entranharam-se em mim. De repente, consegui senti-los a percorrerem todo o meu corpo. Achei toda aquela história real, simplesmente formidável. Tudo parecia transcendental. Mas, havia algo que eu não percebia. Quando é que aquela guerra terminaria, ou quando chegariam a um consenso?

Imediatamente ele interrompeu-me os meus pensamentos.

-Amiga, mas também morremos. Fui eliminado. Por isso estou aqui contigo. Por isso partilho a minha história contigo. – Disse-me emocionado e com as lágrimas a caírem-lhe pelo rosto.

-Morreste? – Disse-lhe apertando-lhe a mão. – Mas como? Continuas vivo. Sinto o calor do teu corpo. O sangue continua a correr-te pelas veias!

-A razão venceu-me! A razão ganhou-me! A razão atingiu-me! A razão derrubou-me! – disse-me chorando compulsivamente.

-Então, mas não conseguiste ganhar porquê? – Retorqui-lhe.

-Porque nestas batalhas quem ganha é sempre o mais forte. – Disse-me soluçando.

-O mais forte? – Já não aguentava tamanha curiosidade. Eram perguntas e respostas que me inquietavam, a cada palavra proferida.

-Sim, o mais forte. Se nós não formos alimentados de “mantimentos especiais” perdemos e somos excluídos do campo de batalha, e aí quem ganha é sempre a razão. – Explicou-me ele mais calmamente.

-Mas…de que te alimentas? – Perguntei-lhe curiosamente.

- De muitas coisas! Dos “alimentos especiais”, posso dizer que se tratam de agradáveis conversas, de cumplicidades, de partilha de momentos, de fazer aquilo que realmente nos faz sentir fortes e invencíveis. Pode até não ser nada de extravagante, de exuberante. É também da simplicidade que lutamos. De um passeio pela areia duma praia, de uma conversa num banco de jardim, de um abraço, de uma carícia, de um beijo. De um olhar profundo ou até de um piscar de olho…

-Tanta coisa? Consegues alguém que te porpocione todo esse tipo de mantimentos? – Perguntei-lhe apertando-lhe a mão.

-Não consegui desta vez. – Disse-me soluçando. As lágrimas corriam-lhe pelo rosto…Senti pena. Senti vontade de ajudar, até senti vontade de amar…! - Morri…a razão ganhou-me. É impossível! Tanto mantimento que ingeri e de repente acabo sendo vencido. Não vou aguentar a ausência de alimento. Vou acabar desfalecendo…

Fiquei perplexa com todas as palavras que ele me acabara de proferir. Não sabia mais o que dizer para o manter bem-disposto. Senti vontade de o agarrar ao colo e de o levar para um sitio bem longe. Ficámos ali horas a conversar…ele arrefeceu vezes sem conta, esfriou, ficou pálido, descompensado, com febre e muitas outras complicações. A partir daquele dia, passei a visitá-lo todos os dias…passei a tentar dar-lhe os mantimentos especiais. O tempo tem passado…eu nunca encontrei os tais frutos silvestres que me levaram naquela tarde àquela colina, no entanto, de cada vez que regresso, encontro um homem diferente...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tu! Quem és tu?



Tu!

Tu!

Tu!

Quem és tu?

Quem és?

O aspecto! A descontracção! A amabilidade! A tranquilidade! A harmonia! A serenidade! As carícias que fazias naquelas rugas gastas pelo tempo! As vossas mãos entrelaçadas...símbolo de uma cumplicidade estonteante!

Quando te aproximas-te, cheirou-me a felicidade! Senti o cheiro! Doce, perfumado! Aroma especial!

Tu!

Quem és tu?

Um ser que não vive mediante as normas da sociedade!

Um ser que ama incondicionalmente!

Um ser cheio de luz...iluminado!

Quem és?

Quem és tu?

Há quem diga ou defenda que as galinhas têm o coração ao contrário.

Talvez!?

Eu não sei qual a posição do teu coração!

Sei...

Sinto...

A tua diferença!

Quem és tu?

Serás alguém?

Não! Não serás simplesmente alguém!

És um bálsamo gratificante para todas as almas que te rodeiam...

Um bálsamo que precipita sobre mim uma cascata ensurdecedora de verdades ocultas e secretas!

...um bálsamo extremamente raro!